Para lá da vidraça, o mar ao fundo, revolto. Do lado de dentro, cigarros e isqueiros sobre a mesa. Cada um pede um prato diferente para poder debicar o do outro. Ela, alta, com cabelos negros e frisados, as faces de quem gosta de rir, sobrancelhas de mulher minuciosa, que procura algum sentido para a vida, uma direcção, um significado, um gosto verdadeiro. Não o sentido único de que os fatigados, os resignados, se servem para não terem de lutar.
Ele acende um cigarro, pousa o isqueiro, aspira uma grande baforada de tabaco, marca uma pausa, solta um sopro, dispensa o leite creme queimado, fita-a nos olhos sem desviar o olhar. Deve estar com medo. Tenta permanecer mole, doce, sem varejar com os braços e as pernas, fazendo um tremendo esforço para permanecer aberto, disponível.
ResponderEliminarJá eu... não dispenso! O creme brulée, claro!
Acabei de fazer um prato dele... 😊
(ainda está morno)
Beijinhos com canela
(^^)
Bela da fotografia!
ResponderEliminarGosto destes retratos feitos com palavras!
Quanto ao Creme Brulée... também terei dificuldade em resistir. Mas sem canela - para mim queimado na altura!
Doce sem enjoar é o truque:)
ResponderEliminar~CC~