terça-feira, 30 de agosto de 2022

Liberdade


Estamos aqui três perfeitos desconhecidos a olhar este final de tarde magnifico de fim de Agosto. Cada um de nós formou um conceito próprio de liberdade, feito à medida das suas inclinações ou das suas conveniências. Cada um bebe com lábios diferentes a tisana da liberdade. Para ela, a vagabunda que pinta quadros, a liberdade é um pincel em forma de telemóvel. Para ele, o aventureiro de mochila às costas que colecciona bilhetes postais, a liberdade reduz-se a um passaporte internacional. Para mim, que sou um deslumbrado, mas que, sobretudo, sou um fugitivo, a liberdade é outra coisa.
Para cada homem ou para cada mulher, a liberdade é algo diferente. Caminho, escolha, acaso, sonho. Fugindo das servidões do dia-a-dia, todo o homem procura a liberdade, persegue-a, alcança-a, compreende-a, usufrui dela à sua maneira. 
O drama começa quando há duas pessoas, porque duas pessoas não conseguem pôr-se de acordo para falar disso. A liberdade não é nada, porque a liberdade é tudo. A liberdade é um enigma ao alcance dos olhos.

8 comentários:

  1. Para mim é mais ou menos simples: que esse dois não me impeça de ser eu própria. É essa a liberdade que preciso.

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    1. A independência é muito parecida com a liberdade, mas não é a mesma coisa. :)

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  2. O cerne da questão quanto a mim está parcialmente ao lado.
    Se por um lado a liberdade é tudo por mais que o queiramos renegar somos seres sociais.. Precisamos uns dos outros para sobreviver. Foi essa cooperação que nos permitiu sair das cavernas e chegarmos hoje aqui, isto é ainda não nos termos extinguido.
    Por outro lado, aquele que quer a liberdade toda para si estamos a negá-la ao outro.
    Temos a um nível macro as guerras mas a um nível micro vemos bem aqueles que, numa relação, exigem para si toda a liberdade de movimentos mas a negam à outra parte. Opção ou incapacidade?
    Como resolver?

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    1. Bom dia Maria! :)
      Incapacidade.
      Não se resolve. A liberdade é infinita em doses semelhantes em cada um.

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  3. Gostei da ideia de ser 'fugitivo', tantas vezes um meio para viver a liberdade e também chegar mais perto dos outros, ainda que não pareça.
    Que haja mais fins de tarde assim. Em setembro costumam aparecer.

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    1. Exacto.
      Quantas vezes a fuga é uma perseguição.

      Obrigado por ter vindo Maria Dolores.

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  4. A liberdade dá-nos múltiplas versões de nós em nós e na sociedade.
    Gosto deste Credo[risos]
    Bom domingo, Impontual.

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