Vejo os seus olhos, uns olhos felizes a fixarem-se no firmamento, uns olhos dispostos a fugirem para outro universo. As pernas pendem do seu tronco ajaponesado, enfiadas numas botas de futebol enrugadas, umas botas de joelhos inflamados e tendões torcidos. Aquele homem já nem se contenta com ser anão. Também é gigante e disforme. Parece um personagem de Goya pintada por Picasso.
Empunha o troféu. Neste momento, eu não teria conseguido compreende-lo, se não o tivesse visto com uma bola colada no pé. A mim esse homem de taça ao alto não me aterroriza. O que me aterroriza é a parca possibilidade de um dia outro homem colar a bola no pé e, por conseguinte, parecer-se com ele.
Até dancei um tango:) Querido Piazzola, também deve ter dançado.
ResponderEliminar~CC~