Não consigo conceber uma equipa de futebol sem um verdadeiro número 9. Fui habituado, mesmo no tempo em que não tínhamos qualquer expressão futebolística além-fronteiras, a ver os números 9 fazer golos em catadupa. Rui Jordão, Manuel Fernandes, Fernando Gomes, Néné, Rui Águas, homens que sabiam aproveitar as oportunidades de golo, homens que se movimentavam na área sempre com os olhos na baliza. O golo acontecia naturalmente. Hoje, e reportando aos últimos 15 anos em que atingimos um certo estatuto no mundo do futebol, limitamo-nos a jogar com um falso 9. Um 9, mesmo que seja ocupado pelo (alegadamente) melhor jogador do mundo, não pode ser falso. Um 9 tem de ser verdadeiro, profícuo, incisivo, letal - nunca falso. Por isso lá estarei em Lyon no dia 22, não na posição 9 mas a ocupar a posição 12. E não serei um falso 12. Quiçá marco um golo num magnifico pontapé de moinho.
Talvez o problema esteja na descaracterização dos números em favor dos jogadores.
ResponderEliminarLembro-me, quando comecei a ver futebol, que sabia a posição dos jogadores e o que se esperava deles pelo número que tinham nas costas. Até eu sei o que valia o nº 10 e porque é que ele fez tanto nas costas do Rui Costa. :)
Agora não, os números são apenas identificações dos jogadores e isso é coisa para fazer perder um bocadinho a mística.
Hoje, se calhar, Rui Costa não jogaria na selecção. Já não há número 10.
Eliminar( a Carla sabe muito de bola, pá) :)
A Carla já foi fanática da bola e quis ser jornalista desportiva. Depois, endoideceu de vez e foi para professora. :D
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