segunda-feira, 27 de março de 2017

Equívocos

Uma manhã de Primavera, na pequena estação ferroviária, a serenidade do momento persistia nos dois passageiros já depois de estes terem entrado no comboio. Sentaram-se em silêncio, um à frente do outro, nos dois lugares do lado da janela do compartimento. As primeiras palavras, e sobretudo o seu tom, revelavam permissão. Dir-se-ia que aceitavam a melancolia cinzenta e impessoal do equinócio. No entretanto, lá fora, ao contrário disso, os acontecimentos haviam-se tornado vendavais num palco dilatado, horrível, mais largo que o próprio mundo.

9 comentários:

  1. Impontual, eu bem digo que o lado de fora nem sempre está em sintonia com o lado de dentro da pele.

    (E voltei a ver a noite com escuro nesta madrugada. Mas o frio terrível dos últimos dias, amainou.)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E diz bem, Isabel. reparou como este ano a Primavera veio pelo lado de fora?

      Eliminar
  2. Fez-me lembrar a última peça que escrevi, este post.

    Boa tarde, Impontual

    ResponderEliminar
  3. Há equívocos devastadores, que não se compadecem com os sentimentos...

    Boa noite, Impontual. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. o problema é haver um lado de fora.

      Boa noite Maria antonieta

      Eliminar
  4. os vendavais lá fora são terríveis, mas os da alma são avassaladores...

    ;)

    ella

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quem tem turbulência interior, pouco precisa de fora. :)

      Eliminar
  5. Primavera por fora... e Inverno por dentro...
    Tantos equívocos assim, que são possíveis, e passíveis de se encontrar a toda a hora, nos nossos caminhos...
    Um texto que não nos deixa equivocados... gostei!
    Abraço!
    Ana

    ResponderEliminar