Num cair de noite assim, sob esta luz de vermelho ao mar, puxá-la para mim, abraçá-la fortemente, acariciar-lhe o cabelo e, peito com peito, capturar o pulsar do seu sangue, deixar-me levar no percurso ondulante da sua circulação. A lua, ali de guarda, pendente acima da linha do horizonte, como um sopro de ar suspenso. Um ambiente crepuscular interminável a fazer acreditar na elasticidade do tempo. Ele a espalhar-se diante de nós, e o amanhã a tornar-se tão vago que deve estar mesmo muito longe. Depois... o tempo retrai-se e faz ricochete, o relógio repica, paira uma luz acinzentada e sopra uma aragem fresca...
Não vos acontece, acontecer?
Não vos acontece, acontecer?