_ Tu não podes compreender, Impontual, tu és homem. Amar uma mulher é para mim uma coisa simples. Primitiva. Poderosa. Arrasadora. Por vezes, viciosa. Uma relação clara e transparente: ela é como eu e eu sou como ela. Um homem pelo contrário, tem sempre um fundo falso, não diria falso mas frágil, que me atrai e simultaneamente me repele. Até com o corpo fala outra linguagem. Nunca me consegui perder completamente com um homem. Mas deixa lá. No fundo, eu entendo, a culpa é minha e só minha. Às vezes é como se não tivesse um corpo. Ninguém que me abrace, ninguém que me afague os cabelos, ninguém que me acaricie, ninguém que durma comigo e nem sequer uns olhos que olhando para mim vestida saibam como é a minha pele, os meus seios, o meu baixo-ventre, a minha humidade e aquela força que me brota das entranhas em lava incandescente.
_ Quer que a leve a casa?
_ Quer que a leve a casa?